quarta-feira, 5 de junho de 2013

Hoje é outro dia

Quando nasce a manhã, abro os olhos e vejo ao redor. Tudo é igual e... milagrosamente: DI-VERSO

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O garoto de bicicleta - roda de prosa em 04/06/13

O filme a ser discutido na próxima Roda de Prosa é: O Garoto de bicicleta, dirigido por Jean Pierre e Luc Dardenne. Outro nome do filme poderia ser: um menino em busca do pai, na medida em que a temática da paternidade e da adoção, iniciada no encontro anterior, é retomada neste filme de uma maneira bem instigante. Cyril (Thomas Doret ) é um garoto de 12 anos que foi deixado em um orfanato e insiste em exigir sua bicicleta de volta. Samantha (Cecile de France)é uma jovem cabeleireira que o encontra por acaso e acolhe a demanda do menino resgatando e devolvendo a bicicleta de Ciril . Mas o garoto quer mais: quer o pai ou um pai, alguém que possa exercer esta função em sua vida. Nas peregrinações que faz, ora na companhia de Samantha, ora sozinho, Ciril passa por perigos, colocando em situação de risco a si próprio e a outras pessoas. Seus (des)caminhos que nos fazem perguntar : o que é um pai? Quem estaria em condições de exercer esta função? O que é possível resgatar, quando o pai biológico se recusa à paternidade? Venha participar e discutir conosco, para pensarmos juntos essas e outras questões que o filme põe em pauta e que ocupam tanto os psicanalistas quanto educadores e pessoas que atuam da área jurídica ultimamente, quando se discute a questão da adoção e do fracasso da função paterna e da responsabilização. Como sempre, nosso encontro será na primeira terça feira do mês, na EFBH/iepsi Nossa proposta é acolher pessoas provenientes de diferentes campos do saber, com formações diversas, pois sabemos que a psicanálise não tem , nem pretende dar todas as respostas. Quem puder, além de ver o filme, será interessante ler a entrevista dos diretores que se encontra no site: entrevista exclusiva: Jean-Pierre Dardenne (o garoto da bicicleta) 2001video.empresarial.ws/blog/?p=5561 Data – 04/06/2013 Local – EFBH/iepsi . Av prudente de morais 287/803 Horário – 19.30 as 21h Entrada franca

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Encontro imaginário

Num tempo fora do tempo, Barros encontrou Blanchot. Na esquina da letra B do barro branco. Buscavam a desformidade, coisa coisal, palavra perdida. Existida assim: Sem metáforas. Nua, Desfeita, Só - terra molhada. Silêncio exterior, carne das coisas, Sem metáforas. Morada do por-dizer. Des-maravilhas. Brotou acontecimento. Suzana Marcia Dumont Braga (maio/2013)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Uma amizade sem fronteiras

Uma amizade sem fronteiras (François Dupeuron, 2003) Nas duas últimas rodadas, com os filmes: Invasões Bárbaras e Se vivêssemos todos juntos tratamos dos temas da amizade, da velhice, das perdas, e do que irremediavelmente nos escapa. Dando continuidade às conversas, no dia 07 de Maio, discutiremos o filme Uma amizade sem fronteiras (do original: Monsieur Ibrahim et les fleurs du Coran, François Dupeyron, 2003). O título em francês, Les fleur du Coran, remete ao romance de Éric-Emmanuel Schimitt, no qual o filme é baseado . O filme aborda os temas da adolescência e da velhice, entrelaçados pelo fio da amizade, da adoção e da paternidade. Neste entrelaçamento a questão da transmissão de uma geração a outra se faz presente. Bruno, um jovem de 13 anos, filho de pais separados, apesar de no início viver com o pai, é abandonando a sua própria sorte na Rue Bleue da Paris dos anos sessenta. Entre as prostitutas e demais pessoas do bairro, acompanhamos o jovem Bruno em sua iniciação, e, é em sua passagem iniciática que ele encontra o Monsieur Ibrahim, dono de uma pequena mercearia (épicerie) do bairro. O velho “árabe” se torna seu amigo, o nomeia Momo, posteriormente o adota como filho, e o faz encontrar o desejo de viver. Com Monsieur Ibrahim, Momo descobre a vida, as mulheres, o amor, o valor das palavras. “O que você dá, Momo, é seu para sempre, o que você guarda é perdido para sempre.” Tal como um pai, o senhor Ibrahim, é aquele que nomeia as coisas, dá nome às coisas, transmite ao filho a condição de lidar com a linguagem, o que permite a articulação ao Outro. Em psicanálise, dizemos que o pai é uma função. A adolescência é uma delicada transição, uma passagem do mundo familiar para os laços sociais, ou seja, o jovem sai do abrigo familiar para fazer uma inscrição na relação com os outros no social. Para inscrever-se no laço social portando suas próprias marcas, o jovem questiona os valores parentais e se depara irremediavelmente com as questões da sexualidade e da morte. É essa delicada passagem que vemos Bruno, nomeado Momo, fazer ao longo do filme acompanhado pelo Monsieur Ibrahim. O filme abre um leque de questões para discutirmos: como pensar a iniciação dos jovens, a paternidade, a adoção, a transmissão das tradições entre as gerações no século XXI? E, o tema das amizades retorna a Roda de Prosa... que continue a nos instigar. Aguardamos vocês para mais uma rodada de conversa. Até lá, Rosely Gazire, Suzana Braga e Thereza Bruzzi.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

As invasões bárbaras

Reiniciamos nossa roda de prosa em 2013 discutindo o filme As invasões bárbaras, dirigido por Denis Arcand, premiado com o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2002. O diretor traz de volta os mesmos personagens de outro de seus filmes, de 1986: O declínio do império americano. Eles se encontram na tela 18 anos depois, a partir do diagnóstico de um câncer em estado avançado em um deles, Rémy (protagonizado por Rémy Girard), o mesmo que diz a frase que inicia o filme de 1986 e faz eco em 2002: “A história não é uma ciência moral.” O filme aborda a derrocada dos valores que nortearam os jovens da década de 60/70 e a queda das utopias. Como a chegada de bárbaros, valores antes considerados importantes para essa geração são questionados: liberação sexual, ideários políticos que, como sempre acontece, resultaram em outras configurações com outras alternativas e novos problemas. Essas perdas podem ser vistas como uma espécie de estranha invasão que destrói o que norteou uma geração. Do outro lado, a geração atual é representada por dois personagens: Sebastian, filho de Remy, típico homem de negócios da geração high tech, investidor no mercado de capitais, que vive no mundo das relações pela via internet e pela força do dinheiro capaz de tudo comprar. E por Nathalie, filha de uma das amantes de Rémy, viciada em heroína. Caberia a nós julgar qual geração está certa? Arcand nos mostra que não. Os bárbaros podem se apresentar com diferentes vestimentas, mas, de alguma maneira sempre nos rondam. Estão dentro e fora de nós. A primeira invasão que se apresenta no filme diz respeito à iminência da morte. Seria possível estar preparado pra ela? Até que ponto pode-se escolher como e quando é hora de morrer? Outra forma de invasão seria o conflito de gerações e as dívidas inter geracionais por acertar. Em que medida os filhos ultrapassam ou passam por caminhos diversos daqueles dos pais? Como a história de uma geração marca a que a sucede? E o contrário, como a geração seguinte influi na anterior? Como encaramos a noção de progresso? Outro tema abordado é o uso de drogas como uma forma de gozo ou como um artifício para aliviar a dor no caso de uma doença terminal... Onde nos levam as estratégias em busca da felicidade que Freud já nos aponta em 1930 em: O mal estar na civilização? Se a História, nas palavras de Rémy, não é uma ciência moral, a psicanálise que não é ciência também não está do lado da moral. Em que medida ela pode nos ajudar a pensar dissoluções e soluções apresentadas neste filme? Local – Escola Freudiana de Belo Horizonte/iepsi Horário – terça feira, 05/03/2013 de 19.30 as 21hs Entrada franca

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A amizade

L’amitie (a amizade) “Muitos dos meus amigos vieram das nuvens, com o sol e a chuva como bagagem. Fizeram da estação da amizade sincera a mais bela das quatro estações da terra. Têm a doçura das mais lindas paisagens, e a fidelidade dos pássaros migradores. E em seu coração está gravada uma ternura infinita. Mas, às vezes, uma tristeza aparece em seus olhos. Então, eles vêm se aquecer comigo. E você também virá. Então poderá retornar às nuvens, e sorrir de novo a outros rostos. Distribuir à sua volta um pouco de sua ternura, quando alguém quiser esconder sua tristeza. Como não sabemos o que a vida nos dá, talvez eu não seja mais ninguém. Mas, se me resta um amigo que realmente me compreenda, me esquecerei das lágrimas e penas. Então, talvez, eu vá até você, aquecer meu coração com sua chama." (esta letra tradução da música do filme As invasões bárbaras, cantada na linda voz de François Hardi)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Poesia inútil

O poeta insiste: sulca o papel. Derrama sangue e suor. Ar - risca o amor, a dor. Faz da escrita seu risco maior.