quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O tempo

Onde foram parar tantos momentos de alegria? Que restaram dos encontros, depois de tantos desencontros? Que restou do amor e das promessas? Pra onde vai o amor quando o amor se acaba? Pergunta o Chico. Haveria um lugar onde ficam guardados os sonhos partilhados? As ilusões perdidas? Ele torna a perguntar. Se amor é inventado , que fique em cada um a possibilidade de reinventá-lo a sua maneira, a cada dia. Vem-me a memória a linda musica: Resposta ao tempo. Ou seja, para dar um jeito na crueldade do tempo, só o poeta: Batidas na porta da frente É o tempo Eu bebo um pouquinho Prá ter argumento Mas fico sem jeito Calado, ele ri Ele zomba Do quanto eu chorei Porque sabe passar E eu não sei Num dia azul de verão Sinto o vento Há folhas no meu coração É o tempo Recordo um amor que perdi Ele ri Diz que somos iguais Se eu notei Pois não sabe ficar E eu também não sei E gira em volta de mim Sussurra que apaga os caminhos Que amores terminam no escuro Sozinhos Respondo que ele aprisiona Eu liberto Que ele adormece as paixões Eu desperto E o tempo se rói Com inveja de mim Me vigia querendo aprender Como eu morro de amor Prá tentar reviver No fundo é uma eterna criança Que não soube amadurecer Eu posso, ele não vai poder Me esquecer